A. Quanto e qual tipo de exercício eu devo fazer?
Existe um nível e tipo de exercício ou atividade física adequada para todos, mesmo se apresentar uma doença cardiopulmonar ou não. Pode ser caminhada, natação, ciclismo, esportes coletivos, treino de força e atividades do dia-a-dia, como jardinagem, limpeza, desde que estas sejam suficientes para aumentar a frequência respiratória de forma moderada. Se você não sabe quanto ao tipo ou quantidade de atividade que você deve fazer você deve perguntar ao seu médico ou profissional da área.
B. Por que eu devo considerar a qualidade do ar quando me exercito?
Quando você se movimenta, você respira com maior frequência e inala mais ar do que quando você está em repouso ou com baixa atividade. Se a qualidade do ar é ruim, você inala uma quantidade maior de poluentes.
Além disso, durante o exercício, você pode estar mais propenso a respirar pela boca do que pelo nariz. Diferentemente do nariz, a boca não está apta a filtrar algumas partículas maiores de poluentes do ar e assim impedi-las de chegarem aos pulmões. Portanto, respirar pela boca pode levar a uma entrada maior de poluentes nas vias aéreas. Durante o exercício, as partículas menores podem atingir os pulmões mais profundamente, onde provoca inflamação e pode se deslocar para a corrente sanguínea. Quanto mais poluente você inalar, mais você pode sofrer seus efeitos negativos.
C. Poluição contribui para sedentarismo?
Estudo publicado em 2014 nos EUA revelou que indivíduos, mesmo sadios, não obesos, que moram em locais com maiores níveis de poluentes, realizam menos exercícios físicos quando comparados com os que moram em ambientes com melhor nível de qualidade do ar. Isso sugere que a poluição possa ser um fator desencorajador para a realização de exercícios.
Referência:Jennifer D. Roberts, Jameson D. Voss, et al. The Association of Ambient Air Pollution and Physical Inactivity in the United States, PLOS ONE 2014; vol:282 pgs50-62
D. Poluição ambiental e COVID-19
Estudos mais recentes demonstram que quanto maior a concentração de material particulado fino com diâmetro mediano < 2,5 µm (PM2,5), ocorre maior incidência de internações e de óbitos por COVID-19. Estudo recente revelou que para cada aumento de 1 μg/m3 em PM2,5 e PM10, houve um aumento de 8% na taxa de mortalidade por COVID-19, mesmo após ajustes. Supõe-se que os poluentes atuem como fator potencializador dos efeitos da COVID-19, através de mecanismos indiretos.
Referências:Anne Bozack , Stanley Pierre , Nicholas defelice,et al. Long-Term Air Pollution Exposure and COVID-19 Mortality: A Patient-Level Analysis from New York City,American Journal of Respiratory and Critical Care Medicine,2021; vol 205: pg 651-662; Paul J.Villeneuve, MarkS.Goldberg ,Methodological Considerationsfor Epidemiological Studies of Air Pollutionandthe SARS and COVID-19 Coronavirus Outbreaks.ETH 2020;vol. 7411:pg 095001-1-> 095001-13; Heederik DJJ, Smit LAM, Vermeulen RCH. Go slow to go fast: a plea for sustained scientific rigour in air pollution research during the COVID-19 pandemic. Eur Respir J 2020; vol: 56 pg 01-04; Biswaranjan Paital,Pawan Kumar Agrawal. Air pollution by NO2 and PM2.5 explains COVID 19 infection severity by overexpression of angiotensin converting enzyme 2 in respiratory cells: a review,Environmental Chemistry Letters, 2020; vol:42:pgs25-42
E. A adoção de prática regular de atividade física e sintomas persistentes, pós-covid-19?
Estudos recentes sugerem que pacientes que praticam ou aderem a uma prática de atividade física regular após infecção por covid-19 apresentam diminuição da percepção do sintoma de dispneia ao esforço, diminuição na tendência de ganho de peso, aumento da saturação de oxigênio basal em repouso e na força muscular inspiratória e expiratória, além de melhora de rendimento e tolerância cardiovascular ao esforço, fatos os quais reduzem grande parte da sintomatologia prevalente no pós-covid.