Atividade física engloba qualquer tipo de movimento dos músculos do corpo que requer energia. Isto inclui atividades que você pode realizar como parte da sua rotina diária, como por exemplo, jardinagem, limpeza ou caminhadas para as compras. Exercício é uma forma de atividade física planejada, estruturada, repetitiva e que tem como objetivo melhorar ou manter a forma física.
Fazer exercícios físicos regularmente (três ou mais dias por semana), preferencialmente em ritmo leve a moderado (considera-se moderada quando ocorre aumento da frequência cardíaca e respiratória, mas é possível conversar confortavelmente. Por sua vez, intensa ou vigorosa ocorre quando há aumento da frequência cardíaca e respiratória e a conversação é difícil. A atividade física, leve ou moderada, pode beneficiar a sua saúde e melhorar a sua qualidade de vida.
Praticar exercícios físicos (caminhada, corrida, natação, ciclismo, etc.) faz bem para a saúde e diminui o risco, retarda a incidência e facilita o controle de doenças crônicas (cardiovasculares, respiratórias, canceres, osteoporose, fraturas e doenças degenerativas cerebrais). Na figura abaixo pode ser visualizado a diminuição e retardo da incidência de doenças crônicas associada à realização de exercícios regularmente.
Figura 2. Gráfico de incidência de doença crônica com a evolução da idade. As curvas mostram que pessoas que praticam exercícios cronicamente, a incidência de doenças crônicas tende a ocorrer, em média mais tardiamente com relação a indivíduos que são sedentários, obesos ou que não praticam atividade física regularmente (Adaptado de Handschin C & Spiegelman BM. Nature 2008; vol: 454 pgs, 463–469).
Exercícios e Poluição
Ainda não está bem estabelecido o adequado balanço da prática de atividades físicas em ambientes poluídos. Entretanto, os estudos disponíveis até o momento sugerem que, para indivíduos saudáveis ou com doenças controladas, fazer exercícios regularmente, mesmo em ambientes com concentrações de poluentes acima dos valores limites recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), supera os efeitos negativos da maior quantidade de poluente inalada e depositada nos pulmões decorrente do:
1) Aumento da ventilação/minuto
2) Aumento da quantidade de ar inspirado pela boca durante o exercício
3) Aumento da velocidade do ar inspirado
4) Aumento da troca de gases e poluentes
5) Aumento de deposição de partículas nos pulmões
6) Redução do clearance mucociliar nasal (mecanismo do sistema respiratório de depuração das partículas inaladas).
Em indivíduos mais suscetíveis - crianças, idosos, pessoas com doenças cardíacas crônicas (insuficiência cardíaca, doença coronariana), hipertensão arterial, diabetes e doenças pulmonares crônicas (asma, doença pulmonar obstrutiva crônica, fibrose pulmonar) é preciso maior atenção e cuidado. O adequado controle clínico da doença é necessário, além da orientação médica quanto ao tipo de exercício que poderá ser praticado, a intensidade e evolução gradativa.
Poluição, exercícios físicos e clima
Recomenda-se que qualquer indivíduo evite fazer exercícios em ambientes poluídos, em horários de pico de tráfego nas cidades, em vias de tráfego intenso de veículos. Isto é mais relevante para os grupos de indivíduos com doenças cardíacas e pulmonares crônicas. Também se deve evitar realizar exercícios em ambientes ao ar livre quando a umidade relativa do ar estiver muito baixa, pois nestes dias a concentração de poluentes tende a ser maior e as vias respiratórias trabalham com mais dificuldade para umidificar o ar e se defender dos poluentes presentes nesse ar inalado. Vale ressaltar que a umidade do ar em São Paulo é mais baixa principalmente no inverno e início da primavera, no período da tarde, entre 12 e 16 horas. O mesmo vale para a realização de exercícios em ambientes com temperaturas elevadas, que dificultam a dissipação de calor gerado pelo exercício. O intenso calor pode levar à desidratação do corpo e das vias aéreas e ao aumento da temperatura corpórea, com risco para ocorrência de lesões musculares, cardíacas, renais e cerebrais.
Mesmo que você não consiga seguir à risca todas as recomendações do PEDAL, o importante é que você faça exercícios físicos regularmente e se possível, todos os dias. Qualquer tipo de exercício que possa e ou goste de realizar, como caminhadas, corridas, natação e, é claro, ciclismo.