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Pessoas com asma devem redobrar cuidados no período mais frio do ano
23/06/2023
Variação de temperatura e tempo seco típicos dessa estação
elevam casos graves dessa doença que afeta milhões de pessoas no mundo
O período que se inicia no outono e vai até o inverno é marcado pelo aumento do número de casos de asma na população. De acordo com o InCor (Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da FMUSP), referência internacional em saúde cardiopulmonar, a conjunção entre poluição, ausência de chuva e tempo frio leva muitos asmáticos aos serviços de emergência com crises preocupantes, mas que podem ser evitadas. A recomendação básica é manter a doença tratada o ano todo, para chegar ao outono e inverno em boa condição de saúde. Quem perdeu a chance desse cuidado contínuo nos meses anteriores, deve agora redobrar esforços para colocar o acompanhamento médico em dia e evitar agentes agressores da doença, como poeira, mofo e até pelos de animais domésticos.
A asma acomete indistintamente crianças, jovens e adultos, e é caracterizada pela inflamação dos brônquios, pequenas estruturas responsáveis pela troca de ar dentro dos pulmões. O processo inflamatório acarreta inchaço das vias áreas e produção de muco que, isoladamente ou combinados, podem causar falta de ar de grau leve a extremo. Os sintomas mais comuns são tosse, chiado e aperto no peito e dificuldades respiratórias.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, há cerca de 300 milhões de asmáticos no mundo, sendo mais de 20 milhões apenas no Brasil. No SUS, a doença oscila entre a terceira e quarta posições no ranking das causas de hospitalizações, sendo os meses de abril a julho os que registram recordes de internação por asma.
Pessoas que já têm a doença precisam estar prevenidas para passar por esse período do ano. Caso isso não aconteça, pode haver agravamento e descontrole da doença que dificultam a recuperação durante e depois das crises.
São estímulos que podem causar episódios de exacerbação da doença fatores ambientais como baixas temperaturas e umidade, agentes alergênicos como material particulado no ar, fungos e ácaros, e infecções típicas da estação, entre elas gripe e resfriado. Sem o tratamento adequado e uma terapia medicamentosa adicional, no caso do aumento dos sintomas, a inflamação pode progredir para a obstrução das vias aéreas e para a necessidade de internação.
Pacientes residentes em grandes centros urbanos, que tendem a ser mais atingidos, em função da poluição, também precisam ficar atentos. As regiões Sudeste e Sul do país são as mais afetadas, com destaque especial para essa última, devido às temperaturas extremamente baixas nos períodos mais frios do ano.
Tão importante quanto o acompanhamento médico constante são as recomendações para que a pessoa com asma evite agentes que provocam o agravamento da doença. Entre eles, está o vício de fumar ativa ou passivamente, inclusive cigarro eletrônico. Deve-se evitar também o contato com objetos e ambientes que possuam agentes alérgicos como fungos e ácaro.
É tempo de higienizar as roupas de uso pessoal e de cama guardadas há muito tempo no armário, incluindo cobertores, edredons e travesseiros. Depois de lavadas e passadas a ferro, enquanto não forem novamente usadas, essas roupas devem ser guardadas, de preferência, em sacos plásticos, para protegê-las do contato com esses agentes alergênicos.
A recomendação é manter a casa arejada pra evitar poeira e mofo, além de fazer a manutenção e higienização de roupas, cobertores, travesseiros, cortinas e colchão para evitar os gatilhos.
Especial atenção deve ser dada aos pets que existem na casa. O quarto de dormir, incluindo roupa de cama, travesseiros, estofados e tapetes, deve ser um verdadeiro santuário à prova de pelos dos animais, que são altamente alergênicos para quem tem asma.
Atenção também para a importância de que pessoas com a doença tomem a vacina contra a Influenza todos os anos como forma de reforçar o controle e a prevenção de quadros graves da doença, uma vez que gripe e resfriado são gatilhos para as crises asmáticas.