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InCor e Vigilância Sanitária apresentam dados parciais e inéditos de pesquisa em usuários de cigarros eletrônicos
29/05/2024
Em comparação ao cigarro convencional, usuários de vape têm de 3 a 6 vezes maior teor de nicotina no organismo, aponta pesquisa
O InCor, Instituto do Coração HCFMUSP, a Vigilância Sanitária do Estado de São Paulo e o Laboratório de Toxicologia da Rede Premium de Equipamentos Multiusuários da FMUSP, divulgaram nesta quarta-feira (29), um estudo preliminar inédito realizado com mais de 200 usuários de cigarros eletrônicos.
A pesquisa identificou que as substâncias encontradas no organismo nos usuários são significativamente maiores do que aquelas presentes nos fumantes de cigarros comuns, cerca de 3 a 6 vezes mais que usuários de cigarro comum, alertam os especialistas.
“O estudo indica que a intoxicação por nicotina em quem usa o cigarro eletrônico é tão alta quanto, ou até pior, que nos usuários de cigarro tradicional. Também foi notado uma falta de conhecimento entre os mais jovens sobre os riscos de dependência, regras de uso e consumo em ambientes fechados, conforme a Lei Antifumo”, explica Dra. Jaqueline Scholz, diretora do Núcleo de Tabagismo do InCor e coordenadora da pesquisa.
Atualmente, 3%[i] da população do Brasil utiliza cigarros eletrônicos. "Parar de usar o produto por conta própria é uma fantasia. Trata-se de um produto altamente viciante que contém substâncias extremamente tóxicas, que também afetam as pessoas ao redor. Ao inalar as partículas ultrafinas depositadas no ar, estas chegam ao sistema respiratório, atravessando a membrana pulmonar e causando uma grande inflamação", esclarece a Dra. Jaqueline Scholz.
A cardiologista do InCor ressalta que os riscos para a saúde dos usuários de cigarros eletrônicos são equivalentes aos dos usuários de cigarros convencionais com filtro. No entanto, a amplitude desses riscos é maior, com uma chance duas vezes maior de ter um infarto ou um AVC. Se o usuário faz uso dos dois tipos de cigarro, o risco é quadruplicado.
Os dados preliminares foram apresentados pela Dra. Elaine Cristine D’Amico, responsável pela equipe de coleta da Vigilância Sanitária e Dr. Marcelo Filonzi dos Santos, do Laboratório de Toxicologia da Rede Premium de Equipamentos Multiusuários da FMUSP, que participam do estudo com o mapeamento e o processamento de amostras coletadas.
[i] [i] Dados de usuários de cigarros eletrônicos MS – Vitigel – Acesso em 29/05/2024