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InCor alerta para o controle da hipertensão, doença que acomete mais de 30 milhões de brasileiros
18/04/2024
Novo medicamento apresentado para o controle da pressão arterial, patologia crônica e sem
cura, poderá evitar o consumo diário de comprimidos trazendo qualidade de vida para pessoas
São Paulo, 18 de abril de 2024 - Na semana dedicada à conscientização sobre a Hipertensão
Arterial, uma condição que afeta grande parcela da população brasileira e desencadeia até
80% dos casos de AVC e 60% dos casos de ataque cardíaco no país, a importância do tema é
ressaltada pelo cardiologista Luiz Aparecido Bortolotto, diretor da Unidade de Hipertensão
Arterial do InCor (Instituto do Coração do HCFMUSP).
O especialista esclarece que a doença já afeta cerca de 35% dos brasileiros, e as estatísticas de
mortalidade associadas a doença aumentaram para mais de 39 mil, representando um
aumento de 72%, de acordo com dados do Ministério da Saúde 1 .
A hipertensão não é apenas uma questão genética, mas também está intimamente ligada ao
estilo de vida. Fatores como obesidade, sedentarismo, tabagismo, estresse e hábitos
alimentares inadequados contribuem significativamente para o aumento da pressão arterial,
tornando-se elementos-chave na luta contra essa condição.
O InCor se destaca como referência no cuidado para hipertensão com complicações ou com
causas secundárias (renais, endócrinas, etc), oferecendo tratamentos avançados e
acompanhamento especializado para os pacientes. A doença considerada silenciosa, possui
sintomas que não costumam ser percebidos com tanta facilidade.
Assim, a consulta de rotina como check-up, ou mesmo, as medidas frequentes da pressão
arterial são muito importantes. “Alguns pacientes se queixam de mal-estar, tontura, dor de
cabeça, embora nem sempre esses sintomas estejam relacionados à elevação da pressão, e
dependem do histórico familiar e da rotina diária”, explica Dr. Luiz Aparecido Bortolotto.
Estudo é uma nova promessa no campo da cardiologia apresentado no ACC
Em paralelo aos esforços de prevenção e tratamento, novas terapias surgem com os avanços
da medicina. Um estudo apresentado no Congresso da American College of Cardiology (ACC)
de 2024, revelou descobertas promissoras no campo da cardiologia. O medicamento
zilebesiran, um fármaco investigativo, desponta como uma nova promessa no combate à
hipertensão arterial.
Com resultados preliminares do estudo animadores, após três meses de tratamento, os
pacientes que receberam o medicamento por meio de uma única injeção subcutânea,
apresentaram reduções significativas da pressão arterial em comparação com o grupo placebo,
esclareceu o médico.
“O novo medicamento funciona de forma única em comparação com outros remédios
disponíveis nas farmácias ao desligar um gene específico responsável por produzir uma
substância chamada angiotensinogênio. Essa substância desempenha um papel chave em um
sistema do nosso corpo chamado renina-angiotensina-aldosterona", explica o médico. O
medicamento usa uma tecnologia avançada chamada RNA de interferência (RNAi), que
envolve moléculas muito pequenas de RNA para fazer esse gene parar de funcionar. “É como
se fosse um interruptor que desliga a produção dessa substância no nosso corpo, ajudando no
controle da pressão arterial”, esclarece Dr. Luiz Aparecido Bortolotto.
O cardiologista relata a importância dessa abordagem que é uma das mais tecnológicas
voltada para o tratamento da pressão arterial. "Esse avanço, segundo as pesquisas
apesentadas, é eficaz e promissora, sendo necessários mais estudos para a sua aplicação
clinica com segurança. Uma terapia revolucionária no combate à hipertensão é uma esperança
não apenas para a medicina, mas para os pacientes que há tantos anos aguardam por recursos
terapêuticos mais avançados".
Esses resultados sugerem que o medicamento pode oferecer uma estratégia potente para o controle da pressão arterial, possivelmente reduzindo a necessidade de múltiplas medicações diárias. Essa nova perspectiva representa um passo significativo na luta contra uma patologia silenciosa que afeta milhões de pessoas em todo o mundo.
1 Taxa de mortalidade por Hipertensão Ministério da Saúde - Base 2021 – Acesso em 12/04/2024